segunda-feira, novembro 30, 2009

Um Mundo Sem Medida

É neste mundo que muitas vezes aquilo que julgamos impossível, acontece.

Muito mais pelas piores que pelas melhores razões...
Houve uma leve esperança na segunda metade do século XX que as coisas iam melhorar, que finalmente se iria construir um mundo mais justo e igual.
Mas a "febre do dinheiro" não nos deu qualquer descanso.
O que acho mais curioso é que, apesar de estar provado que este mundo não é para pobres, são eles quem se refugia mais na virtude, no companheirismo e na amizade. Contra todos os sinais desta sociedade desigual, são eles quem mais acredita num Deus, que teima em os abandonar e ignorar, ao contrário do que, aparentemente, faz com os ricos...

4 comentários:

Rosa dos Ventos disse...

Há uma frase no Novo Testamento que diz que é mais fácil um camelo entrar no buraco de uma agulha do que um rico no reino dos céus...
Os pobres vão todos para o céu sobretudo se forem...uns pobres diabos! :-))
Será pecado brincar com uma coisa tão séria como a infinita paciência de alguns pobres e humildes?
As pessoas agarram-se à crença como uma tábua de salvação...

Abraço

maria disse...

Olá, Luís.

A problemática que lanças neste post não se compadece de respostas feitas e fáceis.

Podemos pegar por um elemento que é do senso comum: Dinheiro atrai dinheiro. São os ricos que podem fazer grandes investimentos e assim aumentar as suas fortunas. Os pobres não têm com que investir. E isto torna-se um círculo vicioso. Depois ainda há os mais pobres dos pobres (e são milhões) que não têm para o básico da vida.

E que tem Deus a ver com isto? Eu, como crente, acho que tem. Pegando no cristianismo, é clara a opção pelos pobres. A nova exegese bíblica assume que a preocupação primeira de Jesus era que todos tivessem o que comer, saúde e a dignidade como pessoas que eram. Era, portanto, uma preocupação imediata e não uma qualquer promessa para realizar para além dos tempos.

Isto não colhia muito entusiasmo nos ricos e senhores do templo. Eles viviam da exploração dos mais fracos.

O que é que temos então? que Deus não quer que ninguém viva sem o básico para uma vida digna. Jesus de diversas formas e com os meios ao seu alcance procurou inverter os sistemas injustos do seu tempo. Numa acção muito circunstancial (limite de tempo e área geográfica), mas também se preocupou em deixar quem desse continuidade a essa acção. É por isso que estamos aqui hoje a falar disso.

Não se cumpriu de forma plena. Isso todos reconhecemos. Mas há gestos particulares e comunitários que fazem os possíveis para melhorar algumas vidas. Até por não crentes, porque o amor e solidariedade não é monopólio dos crentes.

Eu creio que Deus tem em conta os pobres. Mas não é da sua forma de actuar o intervir de modo directo nas condições humanas de vida.

Deus não precisa que eu o desculpe. ;)

Espero, que tenha ajudado a perspectivares de modo diferente esta temática.

Um abraço

Luis Eme disse...

é verdade, Rosa...

também, diga-se, não há muitas mais coisas a que se agarrem...

Luis Eme disse...

pois não, MC.

gostei de te ler, como gosto sempre...