ERAM POETAS...
«Não eram vultos, eram poetas!»
Exclamou o taberneiro, com orgulho,
Ao velho polícia do giro.
«Eram poetas sim senhor.»
Insistiu o taberneiro.
O polícia coçou o nariz,
Só conhecia aqueles marginais
Dos livros e dos filmes.
Até pensava que não saiam à rua.
«Saem sim senhor,
Embrulhados na noite.»
Explicou o taberneiro.
O polícia agora coçava a cabeça,
Enquanto fazia sinal ao homem,
Para lhe encher mais uma vez o copo.
«Eles param sempre aqui,
Antes de trocaram algumas palavras
Com as nuvens e as estrelas.»
Sorriu o taberneiro.
O polícia olhou-o fixamente nos olhos,
Antes de soltar uma valente gargalhada.
«E também namoram sereias.»
Disse o Taberneiro com satisfação.
Os dois homens não conseguiam parar,
De rir e de beber aquele vinho,
Tonto e tinto...
Foi por isso
Que em boa hora
Decidiram fazer um brinde:
«Aos poetas do Tejo,
Das noites e das sereias belas...»
«Não eram vultos, eram poetas!»
Exclamou o taberneiro, com orgulho,
Ao velho polícia do giro.
«Eram poetas sim senhor.»
Insistiu o taberneiro.
O polícia coçou o nariz,
Só conhecia aqueles marginais
Dos livros e dos filmes.
Até pensava que não saiam à rua.
«Saem sim senhor,
Embrulhados na noite.»
Explicou o taberneiro.
O polícia agora coçava a cabeça,
Enquanto fazia sinal ao homem,
Para lhe encher mais uma vez o copo.
«Eles param sempre aqui,
Antes de trocaram algumas palavras
Com as nuvens e as estrelas.»
Sorriu o taberneiro.
O polícia olhou-o fixamente nos olhos,
Antes de soltar uma valente gargalhada.
«E também namoram sereias.»
Disse o Taberneiro com satisfação.
Os dois homens não conseguiam parar,
De rir e de beber aquele vinho,
Tonto e tinto...
Foi por isso
Que em boa hora
Decidiram fazer um brinde:
«Aos poetas do Tejo,
Das noites e das sereias belas...»
Poema publicado inicialmente no fanzine almadense, "Debaixo do Bulcão", nº 33, Junho de 2008 (de aniversário), escrito para homenagear os seus criadores, em particular António Vitorino. Posteriormente foi "agarrado" pelo caderno, "Palavras ao Tejo". E é para ti, Ivone...
9 comentários:
Que bonito, Luís!
É um "poema cheio de pessoas lá dentro"...
(e é bonita a dedicatória :) )
Beijinho
Belíssimo, Luís, Belíssimo. Estou arrepiada com o que o poema transporta!
Beijinhos
Que imaginação poética, Luís!
Consegues misturar um taberneiro e um polícia com poetas, com muito riso, tinto e poesia (e com beleza e graça).
beijinho
pois tem, Maria...
que Lúcia exagerada...
é uma boa conbinação sim senhor, Alice, e invulgar...
eram poetas senhor
eram poetas
sombras vivas de sentires
eram poetas senhor
eram poetas
os que saiem de noite
e espantam espíritos
eram poetas senhor
eram poetas
os que por aqui entram
se deixam beber
embriagando_nos o sentir
eram poetas senhor
eram poetas
os poetas do tejo
dessas águas mornas
que nos aquecem os sentidos
eram poetas senhor
eram poetas
os que com sereias bailam
com todo o sentir
são poetas senhor
os meus poetas
os poetas
faz todo o sentido.
obrigada pela partilha
um grande bem haja
grande poemaço, Ivone.
Sentado à beira do Tejo
Sentado à beira do Tejo,
Sinto a paz no meu peito,
Pinto um quadro do que vejo,
Com o rio no seu leito.
Vejo a água, vejo as pontes,
E os barcos a navegar,
Vejo turistas aos montes,
Pelos cais a passear.
Lá andam os cacilheiros,
Num vai e vem sem parar,
Sempre com os seus marinheiros,
Ajudarem a atracar.
Cais das Colunas voltou,
Que há muito tempo não via,
A imagem que mudou,
Como se fosse magia.
Vislumbrando a paisagem,
Realizo o meu desejo,
Com poemas pinto a imagem,
Sentado à beira do Tejo.
Fernando Figueiredo
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