sábado, agosto 04, 2007

Os Guindastes do Ginjal


Os Guindastes

Parece que a noite
deles se esqueceu.
E eles dela.

Ao longo do cais,
aguardam numa espera agonizante
a morte prometida que não chega.

Pela alma
estão presos ao chão
e olham o rio indiferentes
certos da sua cegueira
e silêncio invioláveis.

Porque nada mais deles se espera!

Dos velhos guindastes
em contínua decomposição.

Não choro!

Não!!!

O poema é de Alberto Afonso, poeta almadense, e faz parte do seu excelente livro, "Recantos de Minha Terra". A fotografia é minha. Ambos espelham mais um olhar de abandono do Ginjal.


12 comentários:

Anónimo disse...

É sempre bom lembrar o que de mal se vai encontrando.

Mas ... seria necessário?

Maria disse...

É uma pena. Mas a fotografia sem o guindaste não seria a mesma...
E a fotografia está linda, Luís...

Beijinhos

CAP CRÉUS disse...

Muito bonita a fotografia!
Triste, melancólica, traz saudades de outros tempos, mas muito bonita!

Minda disse...

Luís: bom regresso às lides da blogosfera.

Este poema do AA é muito bonito, como outros que sobre os recantos da sua terra (que é, também, a nossa) ele escreveu.

E a fotografia é linda.

Pena é que, de facto, o Ginjal esteja assim votado ao abandono...

Um óptimo início de semana.

Cristina Caetano disse...

Ás vezes é melhor só guardamos a lembrança do passado e nada mais. A foto está linda e bem enquadrada!
Beijos, Luís

Paúl dos Patudos disse...

Bonito Luis , mas espelha alguma tristeza...
O " teu ginjal " tem o seu encanto.
bjo
ANA PAula

Luis Eme disse...

Nem foi o lembrar... foi o querer colar um poema bonito a uma fotografia, Repórter...

Luis Eme disse...

Pois não Maria...

Luis Eme disse...

É a realidade, "Cap"...

Luis Eme disse...

Olá Minda.

Luis Eme disse...

Mas este presente não é mau, graças ao Tejo, Cris...

Luis Eme disse...

Há coisas que mesmo tristes continuam belas. O Ginjal é uma delas, Ana Paula.