quinta-feira, dezembro 07, 2006

Vidas com e sem Poesia



A tendência de tentarmos decifrar os mistérios do mundo segundo os nossos pontos de vista é perfeitamente natural, o que não quer dizer que estejamos certos...
É bom perceber, por exemplo, que há quem viva de costas voltadas para o Tejo, e não sinta a sua falta para nada, tanto em Lisboa como em Almada.
Foi por isso que quando ouvi alguém dizer mal dos Açores, não fiquei chocado - embora tenha expressado a minha opinião.
Sinto que há pelo menos três permissas, para se gostar do Arquipélago: gostar do Mar; adorar os campos verdes e floridos; e sobretudo, ter alma de poeta...
Quando eu disse que adorava os Açores, e que nem sequer me importava de lá viver, a pessoa em causa arranjou outro argumento. Começou a dizer que se comia mal nas Ilhas... lembrei-me imediatamente de alguns excelentes restaurantes do Fayal, São Miguel e Terceira...
A única coisa que deixei escapar, foi que, podemos comer bem ou mal em qualquer parte do mundo, é apenas uma questão de escolha...
Desta vez abriu a boca apenas para engolir em seco, à espera que alguém mudasse de assunto...

19 comentários:

Rosa dos Ventos disse...

Os Açores sempre!
Belas paisagens; boa comida (eu escolhi bem);gente simpática;sossego...
E aquela sensação boa de não ser preciso correr!

Alice C. disse...

Não conheço os Açores, mas deve ser um sitio lindo.
É como tu dizes, é uma questão de poesia...
Falaste do Tejo, claro que não estou de costas voltadas para elem mas devo confessar que acho cada vez menos poéticas as viagens para Lisboa de cacilheiro (pelo menos agora de Inverno...).

Papoila disse...

Tenho a certeza que os nossos arquipélagos são bonitos para se conhecer, para visitar,...mas viver teria mais dúvidas.

Pessoalmente não conseguiria adaptar-me a viver numa ilha pequena, sobretudo pela limitação de espaço e de visão. Também não gosto de estar muito tempo em zonas montanhosas de serra.

Todos estes sentimentos são resultado de ter nascido e vivido no Alentejo, essa imensidão de terra que nunca acaba.

Maria disse...

Com esta paisagem de maravilha qualquer sandocha chega...
Digo eu, que não me importava nada de viver no Corvo ou, mais isolada ainda, na Berlenga...
Bom fim de semana

Minda disse...

Do pouco que me foi dado observar dos Açores nos escassos cinco dias que, em 1997, estive na ilha Terceira deu para vir de lá completamente fascinada com aquelas paisagens... e sempre comi excelentemente em todos os locais por onde passei. Por isso tenho muita pena de não ter tido, ainda, oportunidade de lá voltar, novamente.
E quanto à "alma de poeta" dou-te toda a razão: é impossível não sentir essa atracção pelos caminhos do transcendente ao fixar os olhos no imenso mar que nos rodeia!
(aproveitei a folga do almoço, aqui em Santarém onde me encontro hoje, para colocar a escrita em dia... espero que faças o mesmo lá no Infinito's, embora a tua ausência seja mais comedida do que a minha que já ia demasiado longa, eu reconheço. Mas agora portei-me bem, ou não? As contas ficaram saldadas, acho eu, ou não?)
Um abraço e um bom fim-de-semana. E se não estiver chuva nem nevoeiro, aproveita para fazer o tal passeio no Tejo de cacilhas a Belém.
Bjs

Luis Eme disse...

Rosa dos Ventos, para mim Açores também é sinónimo de qualidade de vida ... até no ritmo mais calmo com que se respira e vive...

Luis Eme disse...

Alice, quando puderes vai até lá...
de certeza que vais ficar encantada com tanta beleza...

Luis Eme disse...

Pois, há realmente quem se sinta prisioneiro das ilhas, Papoila...
eu como gosto bastante do mar, acho que não me ia preocupar muito com o "cerco" oceânico...

Luis Eme disse...

A alma de poeta é fundamental para se gostar de coisas simples como o mar e os campos, Minda.

Flôr disse...

Gosto do mar, das ondas, do espectáculo nos dias de tempestade, mas saber que para me deslocar tinha de o atravessar ....isso não. Nunca consegui ir à Berlenga. É mesmo uma fobia...

Maria P. disse...

Gosto do mar, gosto de verdes do campo ou da serra, alma de poeta, só na leitura e essa está bem vincada.

Bom fim de samana.

Mereço ir ao Açores?:)

Aprendiz de Viajante disse...

Quem te falou mal dos Açores, não sabe estar no CÉU!!! Ainda bem que és um defensor do que é bom e disseste umas grandes verdades!

Passei para te agradecer a delicadeza das palavras que deixaste no meu livro de visitas. Aquele livro é cada vez mais especial para mim... está cheio de amizade e simpatia. Gostei muito de ver o teu nome a constar da lista.

Um bjinho e bom fds.

Luis Eme disse...

Maria P., todas as pessoas merecem ir aos Açores...
Vou te dizer uma coisa, o lugar que encontrei mais próximo daquilo que costumamos chamar Paraíso, foi a Ilha do Fayal...

Luis Eme disse...

Elsa,
o que escrevi no teu livro é verdade...
porque tu já há muito que deixaste de ser aprendiz de viajante...
Os Açores são uma paixão, o sonho adiado de viver perto do paraíso...

Luis Eme disse...

Ana,
Pois, no teu caso, não há muito a dizer... embora possas ir até aos Açores de avião e desfrutares de toda aquela beleza sem andares de barco...

Poesia Portuguesa disse...

Bem... não sei se tenho alma de poeta.
Sei que não passo sem Poesia, que vejo o mar da minha janela e adoro os Açores, apesar de já lá não ir, faz muito tempo...

Queria dizer-lhe que me atrevi a "roubar-lhe" um poema. Algum inconveniente, será de imediato retirado.

Grata pela partilha das suas palavras.

Um abraço ;)

Luis Eme disse...

"Poesia Portuguesa",
gostei da visita e fiquei lisonjeado com o "roubo" do meu poema.
Como entendo a "net" como um espaço de partilha, não me incomodo nada que retirem imagens ou textos.
Claro que o ideal é que seja sempre por uma boa causa...

Maria Silva disse...

Viver nos Açores é viver em contacto permanente com a Natureza, desafiar as sus forças e deixar-se embalar pela nostalgia.

Obrigada pela visita

Luis Eme disse...

É sim senhora... como eu te invejo...