Quase, de ano a ano, encontro-me com um amigo especial, jornalista desportivo e um grande contador de histórias sobre essa gente que anda por aí na ribalta do mundo do futebol (dirigentes, árbitros, treinadores, futebolistas e até jornalistas...).
Claro que a maior parte destas histórias sempre foram, e são, dificeis de provar. Os corruptores e corruptos além de andarem quase sempre de mão dada, mentem com os dentes todos (esta deve ser a maior dificuldade da investigação...) e, imaginem só, nos últimos anos até aprenderam a falar em código...
Foi por isso que nós, desta vez, desviámo-nos dos "apitos" e falámos de coisas mais "filosóficas", como a irracionalidade dos espectadores que ainda vão aos estádios (são cada vez menos...), capazes de querer ganhar com um "penalty" fantasma ou com um fora de jogo demasiado visível, que escapou ao olhar do fiscal de linha. E pior ainda, ficam satisfeitos com as agressões à margem das leis, que colocam em causa a integridade fisíca do adversário, dizendo com um sorriso nos lábios: «estavas a merecê-las, cabrão!».
Como devem calcular, não conseguimos chegar a conclusão nenhuma, sobre estes problemas de irracionalidade futebolística...
Depois de almoçarmos em Cacilhas, demos uma volta pelo Ginjal. Foi então que em tom jocoso nos referimos à Carol, novel escritora, que bem podia entrar para o "guinesse", como a única moçoila de programa nocturno, que foi recebida em audiência pelo Papa...
Ao passarmos por uma janela de grades, o Tozé disse: «se a justiça funcionasse, grande parte destes gajos que foram e são dirigentes desportivos, nos últimos vinte anos, estavam presos...»
Eu repliquei: «então, e os outros?»
Pois, ele estava a esquecer-se dos empresários peritos em falências fraudolentas; dos gestores públicos reis das gestões danosas; dos autarcas com preço escrito a marcador na testa; dos contabilistas especialistas em jogos "como enganar o fisco", etc.
A única conclusão que chegámos foi que se a justiça portuguesa funcionasse, não havia prisões que chegassem...
6 comentários:
Que coisa, já uma mulher não pode escrever um livro.
Esqueces-te que a noite é muito inspiradora e está cheia de personagens que quase entram em "filmes" e "livros".
Um pouco mais a sério, acho que a maior parte destas histórias não são investigadas porque não interessam a muita gente poderosa. Não é por acaso que o futebol é o ópio do povo.
Gostei da vossa conclusão.
O "mundo do futebol" causa-me uma certa aversão (não o desporto em si, como é óbvio, mas toda a rede mafiosa que se move nos bastidores e, sobretudo, pelos milhões envolvidos). Mas gostei de ler este teu post de hoje... e concordo, 100%, com o seu conteúdo, em particular com as conclusões da conversa.
Um abraço
Pode ser que as coisas comecem a piar mais fininho, com a Maria José Morgado, na fila da frente da investigação do "apito".
Alice, quero ver o major "valentão" a cantar de galo com a procuradora...
É uma daquelas verdades terríveis, que fazem com que as pessoas desconfiem da justiça, especialmente quem não tem poder nem dinheiro, Minda...
Infelizmente é verdade!
Não chegavam mesmo!
Pois não, "Rosa dos Ventos"...
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