A Serra da Arrábida é um lugar cuja beleza é única no nosso país.
Não digo isto apenas por estar encostada ao Oceano e ser um miradouro fabuloso; por possuir uma flora rara, curta e densa (que dificulta bastante a progressão, fora dos caminhos...); mas sim por guardar inúmeros segredos e mistérios, que fabricaram várias histórias curiosas ao longo dos anos e nos permitem dar passeios recheados de aventuras, pelos seus caminhos estreitos, que nos levam à descoberta de fendas, grutas, ruinas, enquanto descemos na direcção das suas pequenas praias rochosas, cuja água transparente e profunda, é mais fresca que o habitual.
O ar que se respira, também é mais forte, graças à feliz conjugação entre o Mar e a Serra...
É por isso que me faz muita confusão esta teimosia socrática em utilizar a cimenteira de Outão (que está ali a mais, desde sempre...) como central de co-incineração.
Como é óbvio, tenho de me juntar ao numeroso coro descontente e dizer: «Co-incineração em Outão, Não!»
Este texto está acompanhado de um bonito óleo do pintor naturalista João Vaz (1859 - 1931), natural de Setúbal, que tem o nome de "Forte de Outão", pintado no final do século XIX.
11 comentários:
Estive ontem na Arrábida, a passear pela serra.
É uma pena numa paisagem tão bonito, vermos chaminés e mais chaminés e edifícios fabris que se estendem por toda aquela zona, Tróia, Sines...
Enfim, industrialização, desenvolvimento, não é?
Terão de de juntar muitas vozes, para que resulte.
Também aprecio essa região e de facto há atitudes que não tem explicação.
Vou passear muitas vezes à Arrábida. Adoro a paisagem agreste da serra, as arribas arrojadas sobre o azul do mar, o horizonte azul do céu e o cheiro a liberdade.
A serra da Arrábida não tem só a Secil, muitas das suas feridas mais graves são pedreiras, felizmente hoje desactivadas...
Sendo um parque natural, deveria estar mais cuidada e nem sempre quam a visita respeita a fauna e flora do local, assumindo atitudes que desrespeitam o ambiente.
A co-incineração é um problema, é bem verdade. A localização naquele local não é a mais adequada, não senhor.
Mas, sinceramente, começo a estar farta de só ouvir dizer "estou contra" mas não se apresentarem alternativas viáveis. Será que manter tudo como está é a solução? Ou apenas se trata de decisões tipo "no nosso quintal não, mas no do vizinho já pode ser"?
Uma boa semana. :) (desculpa lá o azedume).
Maria, é o retrato do nosso país...
Eu nem sequer acho que seja uma questão de vozes, mas sim de bom senso, Maria P..
Não estejas à espera que te apresente alguma alternativa, Minda...
Nem acho que seja uma questão de estar ou ser do contra, é uma questão sim de preservar um bem, que é de todos.
Diria mais:
Pedreiras na Arrábida - NÃO
Cimenteire na Arrábida - NÃO
Barcos junto à Costa e no "ancoradouro" do Portinho - NÃO
Urbanizações na Arrábida - NÃO
Chego a pensar que a co-incineração é folclore para esconder o resto!
Informo a leitora que refere que as pedreiras "estão hoje desactivadas" que está enganada.
Também digo NÃO!
Ponto Verde.
Adoro a Arrábida!
Sofro com as suas "chagas"!
Também eu "Rosa dos Ventos"...
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