quinta-feira, setembro 28, 2017

Os "Excelentíssimos Estupores"


Este poema foi escrito a pensar nos políticos nacionais, mesmo assim houve um "estupor" local que se sentiu identificado nestas palavras. É também por isso que não votarei nele, no dia 1 de Outubro...

Volto a frisar que esta escolha é dedicada sobretudo aos políticos "farsantes" que estão a ver o chão a fugir-lhes dos pés, como o caso do senhor que em tempos saía da cartola dos mágicos, que tenta por todos os meios, manter-se à tona de água... Mas parece que está mesmo condenado, pois não acredito que ao fim do dia de domingo, alguém lhe lance alguma bóia de "salvação". Não vale tudo, nem mesmo arranjar "trampezinhos" com o olho no cigano...


Excelentíssimos Estupores

A sanha do poder torna-os sedutores
Além das gravatas de todas as cores,
Distribuem rebuçados de vários sabores
Canetas beijos e sorrisos encantadores,
Porque no final querem sair vencedores.

A vitória floresce a troca de favores
Quase que parecem mercadores
Nos muitos jogos de bastidores
Em que são autênticos doutores
No seu notável papel de impostores.

Denunciados pelos comentadores
Fixam o sorriso amarelo nos televisores
Agarram a cartilha dos ditadores
E deixam cair a máscara de fingidores
Os excelentíssimos estupores.

 Luís [Alves] Milheiro

2 comentários:

Elvira Carvalho disse...

Ele lá sabe a carapuça que usa
Gostei do poema.
Abraço e bom fim de semana

Graça Pires disse...

Um poema acutilante. Realmente quem enfia a carapuça é porque lhe serve...
Um abraço, Luís.