Não pude deixar de ouvir a conversa entre quatro comerciantes locais, com lojas próximas, numa das ruas centrais de Almada, onde passa o "metro", um dos culpados da sua desgraça...
Agora que se aproximava o Natal, preparavam mais uma "sindicância" ao Município, em busca de dinheiro, diziam eles, para serem recompensados do prejuízo diário.
Senti-me chocado pela falta de vergonha desta gente. Em vez de se unirem e colocarem ideias em cima da mesa, para combaterem a "crise", pensando em algo que pudesse animar as ruas e trazer pessoas às lojas, não. Querem é mamar na "teta" do poder, como se estivesse aí a solução de todos os problemas...
O mais grave é que esta é a história do nosso país, mesmo os Mellos, os Espiritos Santos e os Champalimauds, nunca tiveram qualquer pejo em vir ver o que é que "caía" do Estado, apesar de "nadarem" em dinheiro...
O óleo é de Natasha Villone.
16 comentários:
O óleo é lindo e bem exemplificativo do gosto dos portugueses por...escadas rolantes! :-))
Quanto aos comerciantes tens toda a razão, não é com atitudes dessas que eles vão dar a volta por cima.
Abraço
É de facto uma atitude no mínimo ridícula.
Sou da tua opinião, Luis. Esta gente deveria assumir o conjunto verdadeiro, a união, e optar por outras formas de resolver os problemas que os afectam.
Puxem clientes, dêem as mãos, juntem-se à festa.
P.S. - Bonito óleo.
Mais uma vez, o óleo é muito bonito!
Quanto ao mamar na teta, nada de novo, nem uma ideia essa malta consegue ter. Metem nojo e vai ser mais um Natal com reportagens idiotas com a malta toda a chorar que foi o pior Natal de sempre...
As mentalidades levam muito tempo a transformar-se, e enquanto as pessoas funcionarem assim, na perspectiva de 'extorquir' uns míseros tostões por razões que até podem ser válidas, este país continuará como está.
Bolas para isto.
Beijinho.
O português é assim mesmo.
Lembram-se da imagem do Rafael Bordalo Pinheiro, a porca da política?
Em Portugal, todos, desde o mais rico até ao mais indigente, estão sempre prontos para mamar na teta da porca. Mas quando toca a alimentar o animal, todos fogem o mais que podem.
Esta é a difícil relação, de amor-ódio, que nós temos com o Estado.
Quando é para receber todos abrem os bolsos, quando é para contribuir todos fecham a carteira.
Esta nossa ambivalente relação com o Estado é muito antiga e causa importante de muitos dos nossos problemas actuais e do nosso subdesenvolvimento.
Relativamente aos comerciantes de Almada, confesso que não tenho muita pena deles. Semearam ventos, estão a colher tempestades.
Sempre foram súbditos bem comportados de Sua Majestade seráfica Emília I. Nunca tiveram coragem de lhe fazer frente, aliás à semelhança de muita gente nesta pobre terra chamada Almada.
Agora...
Até porque SM está já a pensar noutros tronos para ocupar além do da CMAlmada.
As pessoas estão a ficar muito egoistas...(ou já seriam?!)
Beijinho, Luís*
sim, gosta-se muito de entreter a vista nas montras, Rosa...
a crise não dá para muito mais.
eles acham que são muito espertos, e nós os papalvos, Observador...
é muito estranho, Cap, e caracteriza muito do espírito do empresário português. pagar mal aos empregados e encostar-se à sombra da bananeira.
esse é o maior problema que enfrentamos, Maria...
estamos dependentes de empresários mediocres.
alguns portugueses são assim, Lear.
infelizmente são os que têm algum poder e dinheiro...
acho que sempre foram, M. Maria Maio.
mas as crises até fazem com que muita gente perceba que precisa dos outros...
Caro Luís, tal como no comentário que colocou no meu blogue Ginjal e Lisboa, também aqui não é que discorde (na íntegra) mas também não concordo.
A literacia média dos empresários portugueses é inferior é literacia média dos portugueses. Pouco sentido de gestão, pouca competência técnica, pouca formação académica, pouca cultura.
O pequeno comércio local é talvez disso um exemplo. Muitos empresários, de facto, usaram e abusaram de apoios estatais e europeus (e por apoios leia-se impostos pagos pelos contribuintes) em benefício próprio, pouco tendo a economia beneficiado com isso.
Formação é uma das coisas de que o País mais precisa (formação em geral, formação em cidadania, etc).
Quanto aos Mellos, Espírito Santos, Champalimauds, etc, quero também dizer que é minha opinião que é pena que não haja muitos mais como eles, e que sejam fortes, empenhados em investir na economia real e em criar emprego.
Do que sei, de forma geral, desenvolvem o potencial humano dos seus colaboradores, têm sentido de responsabilidade social, reinvestem grande parte dos lucros das empresas, ou seja, promovem a economia e - de modo geral, uma vez mais - fazem-no de forma sustentada o que, nos dias que correm, é do que mais o País necessita.
Por isso, parecem-me sempre precipitadas as generalizações acho que se deve evitar meter no mesmo saco situações díspares que têm causas distintas e que, portanto, deverão merecer análises diferenciadas.
nãp precisamos de concordar uns com os outros, G., basta respeitarmos as opiniões contrárias...
em relação à temática, não são generalizações, é conhecimento de causa em relação aos empresários em causa e à sua falta de sentido de Estado, G.
dos Mellos poderia falar por exemplo da Lisnave, colocada em situação difícil, apenas para colher apoios estatais.
dos banqueiros, há tantas histórias, desde a compra e venda do Sotto Mayor por parte de Champalimaud, às negociatas do BES em paraísos fiscais...
Só posso concordar contigo. É tempo de virar a mesa, criar e inovar para superar a crise.
Aqui no Brasil criaram o termo "se virar nos 30" (onde "30" são segundos de tempo), coisa que nós aprendemos devido a trocas constantes da nossa moeda em função da desvalorização da mesma.
Então aprendemos a nos virar num tempo rápido em busca de um plano B, se não fosse assim... depois que o Collor bloqueou a poupança de todo mundo, teria sido bem pior do que foi.
Beijos, Luis
nem mais, Cris...
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