Raramente saio à noite...
Por falar disso, nunca mais saí da noite de madrugada, quase que já não me lembro como é o amanhecer...
Não sinto muito a falta das luzes, das cores, dos barulhos... Talvez tenha alguma saudade dos olhares brilhantes que reflectiam aqui e ali...
As mulheres? Pareciam mais bonitas... Claro, algumas usavam disfarces, quase de adolescentes...
Conheci várias noites lisboetas, com várias musicalidades, que tanto furavam tímpanos como faziam sonhar...
Além de se pular, também se podia dançar uma morna ou um tango malandrino, aqui e ali. Ou ainda escutar um fado vadio...
Hoje, deve ser quase igual, as coisa nunca mudam muito. Nós sim, mesmo quando não percebemos ou somos mentirosos...
O óleo é de Lyonel Feininger e chama-se "Lady in Mauve"...
12 comentários:
Reconheço alguns traços desse retrato da noite descrita por ti.
Com alguma saudade.
Um bom dia*
Todo o mundo é feito de mudança...
A noite mudou e nós com ela ou sem ela!
Abraço
Sempre fui uma apreciadora da luz do dia. Em particular da alvorada, ou, ainda mais, da magia do entardecer. Gosto da noite, também, mas sobretudo para, no recanto do lar, sentar-me bem confortável e ler... a minha paixão!
Quando adolescente (já lá vão tantos anos!, as saídas noturnas com o grupo de amigos nunca incluiam bares ou discotecas, porque o ar pesado do tabaco deixava-me pronta para ir até ao hospital... contigências da vida a que me fui habituando e nunca fiquei infeliz por isso. Os amigos compreendiam e acabávamos sempre por nos divertir na mesma em casa de cada um, em espaços menos poluídos, no cinema, em conversas de esplanada, etc...
Bonito esse óleo que escolheste (bom gosto não te falta) para ilustrar o artigo de hoje.
Um abraço,
eu saio muito, mas para ver concertos, alguns dos quais só começam às 11 da noite.
mas, regresso ao vale dos lençóis ainda o sol não espreitou
um abraço
jorge
Eu não saio muito á noite, muito menos para lugares de poluição sonora ou ambiental, Mas tenho saudades de ir até ao Bairro Alto nem que seja para degustar um gelado, ou ir até ao S.Luis ver um concerto da Marisa, da Kátia Guerreiro, do Camané, Cristina Branco ou outros do nosso agrado.. Claro que o regresso a casa é sempre a horas consideradas decentes..Á noite até o mar á pretexto para me tirar de casa.. Mas o bichodeconta está a tornar-se um bicho muito caseiro.. Um abraço, Ell
Conheci várias noites, nem todas me deixaram saudade, Maria.
Acho que por vezes andava meio perdido na noite... mesmo rodeado de amigos...
Mas conheci muito mundo, desde os bares mais in, aos tascos que recolhiam prostitutas e proxenetas, no fim da noite...
Sem saber, fui recolhendo informação muito útil, para a escrita...
Sim estamos sempre em mudança, Rosa, mas há alguns sitios de Lisboa que fazem gosto em permanecer quase iguais...
Nunca fui um "herói da noite".
Na adolescência fazia desporto, o que não combinava bem com noitadas, Minda.
As discotecas eram coisa de Verão...
Quando vim para Lisboa, conheci a cidade nocturna, graças a uns amigos especiais, que quase me forçavam a fazer "directa" às quintas, antes das febres do fim de semana...
Foi importante ter conhecido esta outra cidade, ainda que superficialmente...
Tu és um jovem Jorge...
no meu tempo de "pós-adolescente" não havia a febre dos concertos... tão fixe, para um tipo se divertir e conhecer malta...
Acho que se há vinte anos existissem todos estes concertos eu e os meus amigos, tinhamos feito a colecção completa...
E há ainda outro contra, "Bicho de Conta".
A noite hoje é bem mais perigosa que na nossa juventude...
Nunca fui da noite... pouco ou nada conheço da noite...
Gosto dos amanheceres calmos, gosto de ouvir a passarada cantar ao nascer do sol, quando muitas vezes me levanto e de caneca de café na mão, silenciosamente escuto os seus trinados...
Gosto do silêncio da noite, para escrever, para ouvir as minhas músicas preferidas, para ler...
Sim... gosto do amanhecer.
Bj ;))
Eu hoje também prefiro os amanheceres calmos... e adoro estar num lugar, onde consiga ouvir a sinfonia dos pássaros...
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