quarta-feira, novembro 26, 2025

A estranha aliança do PS e da CDU em Almada...


O meu amigo Carlos perguntou-me na segunda-feira o que é que eu achava do acordo entre o PS e a CDU, para a governação de Almada.

Disse que não achava nada, por não saber qualquer pormenor sobre esta nova aliança, que se prepara para governar a cidade nos próximos quatro anos.

Perante a insistência, lá disse que achava no mínimo estranha esta união, por estas duas forças políticas terem passado os últimos oito anos de costas voltadas. 

Depois perguntei aos meus dois companheiros de almoço, se sabiam a razão da não continuidade do PSD na coligação, depois de ter estado quase oito anos ao lado do PS.

Nenhum sabia.

A única coisa que posso acrescentar, é que esta aliança é prova de que a maior parte dos políticos, tanto da esquerda como da direita, não têm coluna vertebral.

O que toda esta gente faz pelo poder...

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


sábado, novembro 22, 2025

Os velhos "laranjinhas" estão a despedir-se do Tejo...


Como acontece muitas vezes, perdi o cacilheiro por um minuto. Em vez de ficar parado à espera, andei a cirandar pelo cais de Cacilhas, a fazer tempo.

Depois de ter ido até ao Farol e voltado, vi que era uma das velhas barcas laranjas, o "Sintrense", que estava atracada ao cais.

Os "caixotes eléctricos" já andavam por aqui. Já viajara num deles e sabia que daqui a nada os "laranjinhas" desapareciam do mapa...

O que me fazia confusão não era as novas barcas não terem proa, era terem perdido a sua cor característica, que passava a ser apenas um risco na nova imagem de marca. Era aquele laranja que sobressaía tanto nas fotografias e aguarelas que retratavam a travessia, estar prestes a desaparecer.

Mais uma vez fiquei a pensar que era muito conservador, em algumas coisas, mais ou menos tradicionais. Lembrei-me dos eléctricos de Lisboa, que houve um tempo em que estavam a perder a cor para a publicidade excessiva e também dos táxis, que felizmente voltaram à velha cor, ao preto e verde...

Ninguém é perfeito.

Nota: Texto publicado inicialmente no "Largo da Memória".

(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)


quinta-feira, novembro 13, 2025

A Incrível Almadense e a história de Almada



É sempre bom conversar sobre a história da Sociedade Filarmónica Incrível Almadense, que se confunde com a própria história de Almada (a propósito da apresentação da revista "Nova Sintese").

É o que acontecerá na tarde de sábado, na Oficina de Cultura de Almada...



domingo, novembro 09, 2025

Necessidades, oportunismos e "passa culpas"...


Estava a ler a notícia sobre o "passa culpa" entre a Câmara de Almada e o IHRU, tutelado pelo Governo, sobre os bairros clandestinos do Concelho e percebi a mensagem de ambos.

Como de costume, sei que não irão fazer coisa nenhuma, a não ser que aconteça algo de grave, uma morte ou um acidente que coloque os vários poderes em causa. 

Se isso acontecer, a GNR ou a PSP serão enviadas de imeadiato para o local, tal como as máquinas para deitar abaixo algumas das barracas, que entretanto podem começar a ser construídas nas "terras de alguém" (até agora segundo se diz estes bairros estão eregidos em "terra de ninguém")...

Claro que este crescimento dos bairros da Penajóia, Raposo e companhia, deve-se a dois factores, que dificilmente se conseguem separar: os vários oportunismos de quem se habituou a "viver do nada" e dos "rendimentos mínimos" (até há quem já se dedique a "alugar barracas"...) e a necessidade de muitas famílias, que apesar de trabalharem, não conseguem ter dinheiro suficiente para alimentar o agregado familiar e alugar uma casa com condições mínimas de habitabilidade.

(Fotografia de Luís Eme - Feijó)


terça-feira, novembro 04, 2025

A minha primeira "Cacilhas"...


A primeira vez que me recordo de ouvir falar de Cacilhas, foi nas páginas de um dos livros de leitura da escola primária.

Era um texto de algum escritor (tenho de investigar o caso...) que vinha acompanhado de uma imagem nocturna do Tejo, com um Cacilheiro a fazer a travessia e tinha como fundo as luzes da Outra Banda.

Não me lembro do conteúdo do texto, mas pela imagem que ficou gravada na minha cabeça, à distância de mais de meio século, penso que se devia falar do regresso a casa das muitas pessoas que trabalhavam em Lisboa e viviam na outra margem do Rio. 

Sim, a Cacilhas desse tempo, não fugia do epiteto de "dormitório da Capital", que continua actual...

(Fotografia de Luís Eme - Tejo)