sábado, maio 30, 2015

Espelho Meu, Espelho Meu, Há Alguém Melhor que Eu?


Claro que quando algumas pessoas se viram para o espelho e perguntam: «espelho meu, espelho meu, há alguém melhor que eu?», antes que o espelho responda, elas adiantam-se e com voz de ventríloquo dizem, «Não!»

Este começo não surge aqui por acaso. Hoje estive no lançamento do livro de um amigo e além de não estar à espera de ir para a mesa de honra, ainda esperava menos falar...

E quando falei a minha boca acabou por fugir para a verdade e exprimi o meu desagrado pela forma desigual com que são tratados os agentes culturais e as associações de Almada.

O senhor que estava na mesa, que não fazia ideia quem era, que se apresentou como adjunto do vereador da cultura e acrescentou que estava ali em representação do presidente da Autarquia, no meio do seu discurso, resolveu responder-me, armado em "defensor da pátria". Como sabia do que falava e não tinha dito alguma mentira, apenas lhe disse que mantinha tudo o que dissera. Não fui mais longe por duas razões: não queria de todo estragar a festa de um amigo, e muito menos entrar em diálogo com um mero funcionário do Município, que defendeu quem lhe paga o salário.

Mas continuo a lamentar que as pessoas que governam em Almada (ou os seus representantes...) não tenham qualquer sentido auto-crítico e aproveitem todos os bocadinhos para fazer demagogia e armarem-se em gente de bem, que tratam todos os artistas e associações da mesma maneira, etc, etc.

Infelizmente a realidade almadense é muito diferente, os seus governantes não recebem nem tratam toda a gente da mesma maneira. Por exemplo, a SCALA e os Lions de Almada, ainda estão à espera de resposta ao pedido de audiência feito ao senhor presidente do Município, em Outubro de 2013, logo após as eleições...

O óleo é Laura Knigh.

2 comentários:

almadalmada disse...

O que se passou vem acontecendo, infelizmente, há muitos anos em Almada. É preciso acordar da letargia de conveniência. Terão algum dia os actores e assistentes desta sociedade do espectáculo travestido, dignidade para o fazer?
Há muita gente em Almada que, por razões diversas e pessoais também,anda a fazer crer que é democrata e que recorrendo ao efeito cortiça procura manter-se na crista da onda.
Não se manifesta, não tem opinião. Tapa os olhos, os ouvidos e cerra os lábios.
Será que pensam?
Saberão o que é cidadania?

Adriano disse...

Tenho-te lido. Às vezes apetece-me e não comento porque já não finjo que não vivo em Almada.
A minha outra Terra no Sul começa a entranhar-se dentro de mim e passo mais tempo lá que cá. Quando venho cá, sou quase um estrangeiro, incomodado por a merda do comboio eléctrico cortar a cidade ao meio.
Gosto mais de carroças e tractores.
Sou um velho, Luís, cansado de comunistas que se fingem pós modernos, mas são estalinistas como o caraças.