terça-feira, julho 14, 2009

A Cultura Política Local

Há muitas coisas que me fazem confusão em Almada.

Uma delas é o PS ganhar praticamente todas as eleições no Concelho, excepto as Autárquicas e nunca ter conseguido dar a volta à situação, ao longo dos últimos trinta e cinco anos. Algumas pessoas mais crédulas até falam da existência de um trato político entre o PCP e o PS (a escolha de alguns candidatos até pode fazer pensar que sim...).
Isto acontece graças aos méritos políticos da CDU e de Maria Emília de Sousa.
Se olharmos para o percurso político da Presidente, novamente candidata, reparamos que ela começou por presidir uma Junta de Freguesia, a de Almada, depois foi vereadora, e finalmente chegou à presidência da Câmara.
É por isso que eu pergunto, porque razão o PS nunca apostou numa figura local? Claro que dou exemplos, gosto sempre de dar exemplos...
Conheço dois casos paradigmáticos no universo socialista: António Anastácio, que foi durante anos presidente da Junta de Freguesia da Charneca de Caparica, ou num caso mais recente, Francisca Parreira, que conseguiu conquistar a Freguesia da Trafaria à CDU nas últimas eleições e possui um grande carisma.
Acho que ninguém devia estar no poder 20 anos, quanto mais 30, isso faz muito mal à democracia dos países e cidades onde existe essa perpetuação de poder. Mas as pessoas não são parvas, quando não existem alternativas credíveis, ou não vão votar (por isso é que as taxas de abstenção crescem de eleição para eleição), ou votam em quem lhes dá um mínimo de garantias...

12 comentários:

Maria disse...

Ó Luís, essa de haver um "trato político" entre PCP e PS para a Câmara até me deu vontade de rir...
A questão tem a ver com a credibilidade dos candidatos, aí sim. Podemos é perguntar-nos porque é que um Torres Couto ou um Paulo Pedroso são escolhidos para encabeçar as listas do PS em Almada... não que não tenham direito de serem candidatos, mas pelas questões levantadas sobre cada um deles em determinada época...

Beijinho, Luís

Maria P. disse...

Concordo que 20 anos é demais, 30 então! Também passo por isso, mas pior, é de outra força política...

Beijos, Luís M.

Rosa dos Ventos disse...

Por cá passa-se o mesmo, embora com um partido diferente!
Trinta anos no poder é muito, criam-se vícios, "lóbis" e ainda pior, criou-se uma espécie de monarquia, o 1º vai embora uns tempos antes para melhores poisos e o 2º avança, entretanto ficam os filhos dos 1ºs em segundo...
E nós por cá todos bem! :-))

Abraço

Cristina Caetano disse...

E há outros que dizem que não fizeram porque não houve tempo... falta de vontade política independe de tempo.

Beijinhos

Anónimo disse...

Concordo com o princípio da ideia, Luis, mas Maria Emília de local não tem nada.

Quem nasce em S. Bartolomeu de Messines e ainda passa por Alhos Vedros não pode, creio, ser indicada como personagem local.

LuNAS. disse...

De acordo. E as tuas reflexões e interrogações aplicam-se a outras partes do país!
Beijo,Luís

Luis Eme disse...

dá para rir, Maria. mas há quem acredite nisso...

Luis Eme disse...

o país está cheio de "dinausauros (as)" nas autarquias, M. Maria Maio...

Luis Eme disse...

somos um país estranho, Rosa, cheio de "coroneis"...

Luis Eme disse...

pois, vinte e trinta anos não é quase nada, Cris...

Luis Eme disse...

claro que é uma personagem local, Observador.

vive cá há mais tempo que eu e eu considero-me almadense...

Luis Eme disse...

de Norte a Sul, Lúcia...