Porque hoje se comemoram os livros, recordo um escritor "esquecido", Manuel da Fonseca, um grande contador de histórias, que tive o prazer de conhecer na bonita baía do Seixal... A minha homenagem para ele e por todos os grandes escritores que escreveram livros memoráveis, que ganham pó nas bibliotecas e que gostavam muito de ter leitores...
(para o Manuel da Fonseca)
Pequeno Retrato
Mesmo no Tempo de Solidão
Nunca ficaste
parado,
andaste sempre por
aí,
disseste tantas
vezes, não,
Com a cumplicidade
da Rosa dos Ventos.
Solidário com a
vida sofrida e dura
Das mulheres e
homens da Seara de Vento,
Escreveste
palavras sem qualquer candura.
Sofreste com a
injustiça e desigualdade
Sentiste a dor e a
fome da tua gente,
O Fogo e as Cinzas que sombrearam a Planície.
Felizmente,
contaste todas estas histórias na Cidade.
Mesmo no Tempo de Solidão
Não desististe de
nada
Nem mesmo de ser
um Anjo no Trapézio,
Em Santiago,
Lisboa ou Almada.
Nunca perdeste o
sorriso de gaiato,
Nem a vontade de
ir à Aldeia Nova
Ou a Cerromaior, visitar as tabernas,
Onde escutavas a
sabedoria do povo
Que te aquecia a
alma e o coração,
Com um copo de
vinho quente e novo.
Mesmo no Tempo de Solidão
Que bom, Manuel,
Teres dito sempre,
que não!
Luís [Alves] Milheiro
(Fotografia de Luís Eme)
3 comentários:
Excelente e merecida homenagem a este grande escritor português, que creio não estar tão esquecido assim.
Manuel da Fonseca iria gostar muito deste poema, onde os títulos dos seus livros são os protagonistas principais.
Gostei imenso.
Bom dia. Visitando e elogiando a sua publicação; Assim, maravilhosamente, se homenageia um grande poeta e escritor português. Lindo poema, doce inspiração poética.
.
* Amor = Fogo que Arde em Chispas Ardentes. *
.
Cumprimentos
Só o "conheci" nas férias do ano passado quando li "O fogo e as Cinzas" e "Seara ao vento"
Claro que conhecia um ou outro poema lido aqui na Internet, mas nunca tinha lido nenhum livro dele.
Um abraço
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