Depois de ter ido até ao Farol e voltado, vi que era uma das velhas barcas laranjas, o "Sintrense", que estava atracada ao cais.
Os "caixotes eléctricos" já andavam por aqui. Já viajara num deles e sabia que daqui a nada os "laranjinhas" desapareciam do mapa...
O que me fazia confusão não era as novas barcas não terem proa, era terem perdido a sua cor característica, que passava a ser apenas um risco na nova imagem de marca. Era aquele laranja que sobressaía tanto nas fotografias e aguarelas que retratavam a travessia, estar prestes a desaparecer.
Mais uma vez fiquei a pensar que era muito conservador, em algumas coisas, mais ou menos tradicionais. Lembrei-me dos eléctricos de Lisboa, que houve um tempo em que estavam a perder a cor para a publicidade excessiva e também dos táxis, que felizmente voltaram à velha cor, ao preto e verde...
Ninguém é perfeito.
Nota: Texto publicado inicialmente no "Largo da Memória".
(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)
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