Isso podia fazer com que existisse alguma possibilidade de entendimento entre os dois principais partidos, mas a prática governativa socialista dos últimos quatro anos, diz-me que não existe qualquer possibilidade de entendimento entre o PS e o PCP, porque, entre outras coisas, têm ideias muito diferentes sobre o que querem para o presente e futuro do Concelho.
Mesmo que me incomodem alguns hábitos antigos, de meia dúzia de pessoas que continua a gostar de decidir pelos outros (o que foi publicado no blogue "Almadalmada" é elucidativo...) sei muito bem em quem vou votar.
Como associativista e activista cultural não posso apoiar quem prejudicou deliberamente o associativismo e a cultura local, fazendo demasiadas "pontes" entre Almada e Lisboa, tentando ignorar a existência de uma cultura local, como se fosse possível fazer de cada almadense um "alfacinha"...
Passados quase quatro anos, continuo sem perceber o encerramento de várias instituições museológicas no Concelho. O Museu da Música Filarmónica é o caso mais estranho. Fechou as portas para não ser mais nada. Trata-se de uma infraestrutura recente, que tinha apenas um funcionário e que procurava fazer eco do passado musical e associativo de Almada, homenageando uma das suas grandes figuras, em particular. Isto ainda me faz mais confusão porque a presidente da Autarquia, como filha de um maestro, devia no mínimo ter mais respeito pela música instrumental de cariz popular e pelos músicos filarmónicos (a verdadeira escola musical do nosso país...).
Em relação ao associativismo, já escrevi demasiadas vezes sobre ele e sobre a "perseguição" de que foi vítima. Bastava uma associação ter nos seus corpos gerentes uma pessoa ligada ao PCP, para ser logo apelidada de "comunista" pela coligação PS/ PSD e receber menos apoio do que devia. Na minha prática associativa de 25 anos, nunca ninguém me perguntou qual o meu partido ou em quem votava. Posso acrescentar, como exemplo, que os valores colectivos de uma colectividade como é a Incrível Almadense (já são praticamente 173 anos de vida...) suplantam toda e qualquer minudência partidária.
Felizmente tenho memória e orgulho-me na ganga dos fatos de macaco dos operários, que são a essência da história de Almada, construída através da resistência e do amor pela liberdade.
(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)
1 comentário:
"Felizmente tenho memória e orgulho-me na ganga dos fatos de macaco dos operários, que são a essência da história de Almada, construída através da resistência e do amor pela liberdade." Gostei, meu Amigo Luis.
Já aconteceu. Que fazer?
Uma boa semana com muita saúde.
Um abraço.
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