terça-feira, fevereiro 05, 2019

O Associativismo Almadense e o Elitismo Cultural


As demasiadas "transferências" de gente da Capital para Almada, para exercerem funções de chefia em órgãos culturais do Município, faz com que se olhe demasiadas vezes para a cultura local, como uma coisa quase se segunda, principalmente quando esta é difundida pelo movimento associativo.

Até posso perceber que gostem mais de "lagosta" que de "jaquinzinhos" (embora estes hoje sejam muito mais procurados por quem vem de fora...), mas sempre ouvi dizer que os gostos não se devem discutir. A qualidade sim, pode e deve ser discutida. E essa, posso dizer com alguma propriedade, que tem deixado muito a desejar, naquela que quer ser a "grande sala de visitas" de Almada, a Casa da Cerca. 

Nunca esqueço uma exposição que esteve patente neste lugar único de Almada, que acabei por visitar com os meus filhos e os meus sobrinhos, depois deles andarem a brincar nos seus jardins. Quando lhes perguntei o o que achavam da exposição, o meu sobrinho mais velho,  com a sua "alma de artista", torceu o nariz e disse-me que era capaz de fazer muito melhor, que os quadros que estavam na parede. E tinha toda a razão. As telas penduradas resumiam-se a bocados de cimento atirados para cima do tecido, que depois tinham sido pintado com tintas claras...

Volto a dizer mais uma vez: espero que as pessoas de Lisboa desçam à terra, porque Almada não é a Capital do País...

(Fotografia de Luís Eme)

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