Começo logo por responder à questão que dá título a este pequeno texto: claro que sim, a Cultura pode cansar, como tudo o que é "usado" ou "aplicado" em doses exageradas.
E Almada usa e abusa da cultura, e nota-se que em vez de conseguir reduzir a sua "carga" cultural, aumenta-a...
Talvez não exista solução para reduzir as actividades culturais "privadas" no Concelho, pelo menos as organizadas pelo movimento associativo (ou até por pessoas singulares), que não tenham qualquer dependência com o chamado poder local. Embora exista a Associação das Colectividades do Concelho de Almada, esta continua longe de se afirmar como pólo de agregação e de comunicação no seio das associações concelhias...
Mas as organizadas pelo Município, poderiam (e deveriam...) ter um calendário adequado, sem que sejam programadas duas e três actividades interessantes, no mesmo dia e à mesma hora, deixando todos aqueles que gostam de cultura, sem saber o que fazer, qual a opção a tomar...
Eu pela minha parte, já fiz saber nas colectividades a que pertenço, que a aposta, tem de ser, cada vez mais, na qualidade. A prática diz-nos que não vale a pena fazer muitas coisas, se depois não se tem a aderência do público desejada...
Quem está no poder pode continuar a assobiar para o ar e a fazer "contas de multiplicação" na cultura, mas é péssimo percebermos que já há pessoas a deixarem de aparecer em exposições, lançamentos de livros, por causa do tal "cansaço"...
(Fotografia de Luís Eme)
2 comentários:
Pois. Uns locais não têm nenhum, outros são assim.
Um abraço
Sim, Luís, é uma questão sempre sensível, sobretudo quando também se trabalha na área da cultura.
Como consumidora gosto que haja muita oferta porque me leva a disciplinar mais as escolhas.
Creio já ter dito aqui uma vez que há iniciativas, mais estáticas digamos assim, que não me admira nada terem poucas pessoas. É o caso da inauguração de exposições e do lançamento de livros, iniciativas a que apenas vou por obrigação profissional ou por ligação de amizade aos autores. Caso contrario, mesmo que goste dos trabalhos, posso vê-los noutro dia, se houver outro evento de "edição única" ao mesmo tempo, como um concerto.
Depois, a questão da qualidade tem muito de subjectivo.
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