Ando desde o começo do ano a tentar desfazer-me de "papeis", que fui acumulando com os anos e que enchem a garagem. Como disse no "Largo", não é fácil...
O bom das "arrumações" é descobrirmos preciosidades, que já nem imaginávamos que tínhamos guardadas. Folheio jornais antigos e fotocópias, e claro, penso na importância da imprensa regional, e de tantos apaixonados pelas letras e pela história local que escreveram nas páginas de: "O Almadense", "Gazeta do Sul", "Jornal de Almada", Praia do Sol" e nos boletins das colectividades de Almada.
Mesmo correndo o risco de me esquecer de alguém, vou mesmo enumerar uma boa parte das pessoas que escreveram coisas realmente importantes sobre a nossa terra nos jornais: Francisco Noronha, João Luís da Cruz, Luís Queirós, Conde dos Arcos, José Carlos de Melo, José Alaiz, António Correia, Romeu Correia, Mário Bento, António Henriques, Fernando Barão, Henrique Mota, José Palminha Silva, Eduardo Alves, José Leone, Gil Antunes, Manuel Lourenço Soares, Raul Pereira de Sousa, Alexandre Castanheira, Mário Rodrigues, Carmo Vaz, Vasco Alves, Victor Aparício, José Freitas, Abrantes Raposo, Artur Vaz, Fernanda Policarpo, Joaquim Candeias, e tantos outros.
E pergunto mais uma vez: como é possível Almada não ter na actualidade um único jornal (mesmo que tivesse edição apenas online), apesar de ser uma urbe com mais de 150 mil habitantes?
(Óleo de Karoly Ferenczy)
2 comentários:
Dá que pensar.
Um abraço
O "Jornal de Almada" durante alguns anos atrás ainda deu voz a algumas críticas ao sistema instalado na autarquia bem como foi mensageiro de algumas opiniões e sugestões que por acaso não eram do agrado desse tal sistema ainda em vigor ou, que não eram coincidentes com. Chegou a incomodar essa gente. Por isso foi considerado erradamente que "era do contra"...logo não interessava.
Ora como há democratas(falsos) que entendem a democracia que os elegeu como uma oportunidade para serem autoritários/ditadores (realizar os seus recalcamentos), trataram de "democraticamente" o minarem e trabalharem para a sua inviabilidade futura...e o Jornal de Almada morreu de uma morte que pareceu natural...mas segundo parece calculada ou sabe-se lá, programada.
Infelizmente há muitas estratégias aparentemente democráticas para afastar ou abafar quem incomoda ou possa incomodar e até há quem se deixe ir confortavelmente na onda.
Não é só um jornal que faz falta a Almada.
Faz falta a Almada também viver a democracia com ideias, críticas, opiniões próprias e livres e, defender os interesses do concelho e da população, sem medo de desagradar aos "donos da coutada" ou de perder as suas generosas e democráticas dádivas e benesses.
É claríssimo que só pode ser contemplado com dádivas e benesses quem não faz críticas ou pelo menos não afronta o sistema. Isto é, quem não faz ondas que possam por em risco a embarcação.
Enviar um comentário