Ontem à noite fui assistir à peça, "Ainda Existem Flores no Jardim", no Salão de Festas da Incrível Almadense, encenada e produzida pelo Cénico Incrível Almadense. E posso desde já acrescentar que foi uma bela surpresa, mesmo tratando-se de um monólogo.
Mara Martins, a Rosa, tem uma interpretação de grande qualidade.
Conseguiu comunicar durante mais de uma hora (a peça não teve qualquer intervalo) com o público, sempre em movimento e sempre em diálogo com ela própria e com as figuras imaginárias que o autor criou, desde o marido, o desaparecido António (cabide de pé alto...) aos funcionários invisíveis do lar ou ainda ao Agostinho, a sua "tábua de salvação", ou a "última flor do jardim".
Ainda por cima se trata de um "assunto" tão actual... Rosa tinha sido abandonada pelos filhos num lar, que tinha os dias contados, o que lhe alimentara a esperança de um deles a vir buscar para voltar a "viver"... Quando já estava a baixar os braços e a enfrentar a realidade, resolveu ler a carta fechada que recebera logo no inicio da peça, mas apenas para ler no fim. Era a carta de um "anjo" ou de uma "flor" (sim há flores masculinas, o cravo é uma delas...), que a iria levar do lugar onde normalmente não se passa nada e apenas se espera a viagem final.
(Fotografia de Luís Eme)
4 comentários:
Que bom que assim foi. Às vezes os monólogos tornam-se demasiado monótonos. O actor ou actriz não consegue despertar interesse no espectador.
Um abraço e bom Domingo
O Cénico da Incrível Almadense agradece a tua presença e as tuas palavras, Luís.
Geninha
Uma analise extremamente bem elaborada e que reflete exactamente a peça que foi a cena, foram 21 paginas debitadas em 1 Hora e 15 minutos. Foi bom e só dignifica o teatro amador.
Caro Luís, parabéns pela descrição exacta da peça em causa.
Deve ter sido fantástico, Luís.
Um abraço.
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