sábado, julho 13, 2013

«O jardim fecha às 17.30 horas, por isso...»


Ontem fomos a esse sítio agradável, que é a Casa da Cerca.

Depois de visitarmos as exposições perguntei aos meus filhos se queriam ir ao jardim, quando nos descolávamos para lá, a funcionária informou-nos com cara de caso (quase a tentar que guardássemos a visita para outro dia...), que o jardim fechava às 17.30 horas. Olhei o relógio, ainda tínhamos três minutos, tempo mais que suficiente para dizermos olá ao Tejo, que estava coberto por nuvens cinzentas.

Sei que os horários são para cumprir, mas este "funcionalismo público umbiguista" irrita-me. Ainda por cima, porque sei que são muito poucos os visitantes que aparecem nestes lugares.

E há ainda outro pormenor: não é anormal chegar a lugares públicos e encontrá-los fechados, ainda dentro do horário de funcionamento  e ter de virar costas...

Na minha opinião não era necessário tanto zelo e "cara de caso", até porque não iríamos "acampar" no jardim...

8 comentários:

CAP CRÉUS disse...

Sou funcionário publico e não entendo essa gente que se acha dona do lugar e teima em sofrer de facto, de umbiguismo e estupidez!

Elvira Carvalho disse...

Que bela imagem.
Um abraço e bom fim de semana

Cristina Caetano disse...

17:30, em pleno verão é mega cedo... é como os bancos, faltando um minutinho, dois, pra abrir e nada, enquanto uma fila imensa se acumula no lado de fora, acho tão tosco... enfim.

Beijos, Luis

Luis Eme disse...

falta tanto sentido público, Cap.

não falo de servilismo, mas sim de gostarmos de mostrar o que é nosso, especialmente nos museus...

Luis Eme disse...

abraço, Elvira.

Luis Eme disse...

o problema é que nem são capaz de perceber qual é o seu papel, Cris, servir os visitantes.

Anónimo disse...

Meu caro, caí aqui acidentalmente e não pude deixar de me sentir, diz-se até que não é filho de boa gente quem o não faz. É que, muito sinceramente, lido o seu relato não vejo onde é que encontrou matéria para a sua indignação. Parece-lhe assim tão estranho o cumprimento de um horário? A sério? Pois então fique sabendo que da cátedra que me é conferida por 40 anos de serviço público já tive de chamar à razão outros como você, e são alguns, de facto. É que o conceito de bom serviço (seja ele público ou não) não se compadece com uma visão assim desfocada como a sua. Um serviço público é um local onde vamos para ser servidos, nunca para nos servirmos. E aqui aproveito para lhe relatar, a título de esclarecimento, onde apoiam os alicerces desta minha reação contra. O serviço que dirijo, abre ás 09.00 h e fecha ás 16,00. Pois fique o meu caro a saber que, eu que sempre tive o mau hábito de acordar cedo, é com repetida frequência que lá entro (ao serviço) às 07,30 da manhã, quando não é antes. E, ciente de que muitas vezes isso não basta para que saiam bem feitas as dúzias de omeletes que me pedem que faça com os dois ovos de que disponho, acumulo com o mau hábito acima descrito o ainda pior vício de tantas vezes só abandonar o barco depois das 19,00. Sim, sim, leu bem. São realmente 12 horas de trabalho em que despendi ao longo destes 40 anos, muito, mas mesmo muito, tempo roubado (sabe deus com que disputas pelo meio) à família e aos inúmeros prazeres que preenchem o meu pequeno mundo não profissional tão rodeado de normalidade como o de outro qualquer trabalhador, público ou não.
Ora, saiba pois o meu caro (e os seus fiéis seguidores que tão lestos foram em vir aqui dizer-lhe ‘amen’) que praticando o dito cujo horário, ali acima referido, sempre foi minha prática o atendimento de todos os utentes que vejo á porta do meu estabelecimento, sejam 07,30 ou as horas que forem. Sempre foi prática daquela casa uma conduta de humanização que não se compadece com essa coisa estranha que é estar a ver alguém do lado de fora da porta, que ali vai aguardar uma ou duas horas por algo que eu faço em escassos 2 ou 3 minutos. E faço-o na verdade. Antes das 09,00 ou depois das 16,00 devem ser já umas boas centenas os utentes do meu serviço a poderem atestar que ali foram atendidos nas condições descritas.
Claro que, aqui chegados, qualquer indignado como meu caro não achará nisto nada de mais. Eu sei que não. Aliás, posso até dizer-lhe que nunca colhi de tal prática, ao longo da minha já vasta carreira, mais do um ou outro ‘tímido’ obrigado, alguns apertos de mão que aferi como sinceros e reconhecidos e, aquilo que mais tenho recebibo, na verdade, é uma imensa indiferença (essa sim, foi sempre muita) pelo gesto. Seguramente que certas pessoas, certamente toldadas pela mesma dificuldade aqui expressa na opinião do meu caro e dos seus seguidores, acharão isto de serem atendidas horas antes do horário a coisa mais normal das suas vidas. Ou então, hipótese não menos provável, a verdade deve ser outra e em tempo de carga cega sobre as funções públicas é bom não irmos por aí.
Continuando pois, mas numa outra ‘caixa de comentários’ que eu sou uma desgraça em matéria de capacidade de síntese, as minhas desculpas…

Anónimo disse...

(continuação)

É claro que, ficasse a coisa por aqui e não era grande a ilação a retirar deste meu arrazoado que já vai longo, eu sei. Mas, o pior está para vir. E é aí, nessa moldura de sem-razão que se enquadra o que passo a dizer-lhe. Pois, veja só o meu caro, digo-lho eu e atesta-o o Livro de Reclamações do estabelecimento onde exerço, cifram-se em algumas as dezenas os utentes deste serviço que - desde que existe o dito meio de protesto (de cor amarela) - acharam por bem lavrar nele os seus mais improváveis protestos pelo nosso incumprimento do horário. E, acresce aqui dizer-lhe, não os tendo gravado a todos na memória, são a maioria deles porque o serviço encerrou às 16,00 e expressam-se indignados os reclamantes por não terem sido atendidos às 16,05 h ou às 16,10 h ou, também os há, porque um qualquer belo dia, num bizarro desfavor do destino, o serviço só abriu quando já passavam 6 minutos das 09,00 (esta é real e tenho-a bem presente, pois situando-se aqui em Almada o serviço em causa, ficou a dever-se a uma qualquer obstrução na Ponte 25 de Abril) que conduziu a que nenhum dos funcionários conseguisse transpor os inúmeros impedimentos de trânsito e, como tal, fui eu o primeiro a lá chegar, às 09.06 h, a pé, tendo deixado o carro a uns quilómetros do local habitual, e para, ao atender o primeiro utente lhe satisfazer o pedido do Livro Amarelo onde reclamou do nosso atraso na abertura.
Bom, pelo que aqui pude ler neste seu espaço, do muito que lhe sai da mão, tenho-o em conta de um bom entendedor a quem seria certamente suficiente o já extenso passeio pela estrada do desconhecimento e da intransigência que acabo de que proporcionar. Bem sei que todos nós, alguma vez na vida, cometemos a injustiça de julgar a floresta por meia dúzia de árvores que vimos. Mas, ensinou-me uma vez, em pequenino, o senhor meu avô, e eu jamais esqueci, há momentos em que pior que não saber é julgar que se sabe. E eu, não querendo que pareça não saber o que sei, ainda lhe digo uma coisa mais; viajante como sou, por esse mundo fora, tenho sido surpreendentemente confrontado com o inesperado de verificar que nos países supostamente (gosto de o dizer assim para que não se ache a coisa inclinada ao fundamentalismo) mais desenvolvidos, onde o respeito e a dignidade passeiam de mãos dadas, sobretudo neste domínio mais difícil, dos serviços ditos públicos; nesses países, dizia, tais locais abrem e fecham religiosamente às horas previstas, não havendo, veja só, nem para os que lá exercem tolerância para neles permanecer para lá de 30 minutos. Ou seja, nem eu nem você, muito menos os que aqui aplaudiram a sua indignação, poderíamos lá viver, sorriso amplo.

E pronto, peço-lhe que não veja nestas palavras mais do que a vontade de emendar esse seu julgamento sumário com condenação à forca e execução imediata. Um serviço público, qualquer que seja, num país pobre como o nosso, devia abrir às 08,00h e encerrar às 20,00 h, Essa é a verdade. O que não é legítimo é encontrar nos lá trabalham motivos de sobra para nos escandalizarmos com o que não nos sirva, seja o horário, o zelo, ou lá o que for. Aceite um abraço.

PS. Faltou dizer-lhe que não me assistindo o propósito da exposição, muito menos o de alimentar aqui algum ‘forum’ de discussão, não se me afigura necessária a publicação deste comentário. Espero por isso que utilize a moderação para o filtrar. Bom Agosto.