O Ginjal sempre foi um lugar especial para os jovens almadenses entregues aos cuidados da rua. Procuravam refúgio para as suas brincadeiras rente ao Tejo, ao mesmo tempo que assistiam à faina diária dos carregadores de tóneis de vinho, fardos de cortiça ou de outra coisa qualquer que fosse preciso embarcar nos barcos de médio e longo curso.
Quando o tempo aquecia refrescavam-se nas suas águas, povoadas de peixes e moluscos.
Nesse tempo ainda era possível ver os golfinhos em cardumes, divertidos com os seus mergulhos nas águas. Havia ainda outro atractivo, não menos importante, desta espécie marinha: alimentavam-se dos chocos do rio mas só lhes comiam à cabeça, o resto ficava a boiar e vinha dar à praia.
Alguns putos mais afoitos, nem sequer os deixavam chegar à praia, nadavam e deixavam-nos fora da disputa habitual no areal, levando-os, com a certeza de ter jantar lá em casa.
(Escrevi este texto a partir da leitura de um trabalho, ainda inédito, de José Luís Tavares, sobre a sua juventude...)
4 comentários:
Bons tempos, apesar de tudo...
Abraço
Bons tempos... lembrei da minha infância aqui quando meu pai me levava a passear numa barca que faz o trajeto Rio-Niterói na Baía de Guanabara, via sempre golfinhos. Não passeio mais nas barcas mas eles (outros) ainda andam por lá.
Beijos, Luis
sem dúvida, Rosa.
gostoso, passear de barco, com a companhia dos golfinhos, Cris.
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